Especialistas temem que crise ressuscite a 'Black Fraude'
Os órgãos de defesa do consumidor alertam que, neste ano, a atenção às promoções na Black Friday, a mega liquidação que acontece nesta sex...
https://brtrend.blogspot.com/2016/11/especialistas-temem-que-crise.html
Os órgãos de defesa do consumidor alertam que, neste ano, a atenção às promoções na Black Friday, a mega liquidação que acontece nesta sexta-feira (25) em todo o país, nas lojas físicas e na internet, deve ser redobrada. A avaliação é que, com a dificuldade de vendas enfrentada pelos varejistas, houve uma avalanche de promoções que começaram já no mês passado, o que torna mais frágeis as referências de preço e abre mais espaço para maquiagem.
Na terça-feira, dia 22, o site Reclame Aqui já detectou alguns produtos que tiveram uma majoração de preços significativa antes da liquidação. O preço de um fogão de seis bocas, por exemplo, subiu R$ 444 em um dia. Na Black Friday do ano passado, essa prática de maquiagem de preço, que consiste em aumentar para depois dar desconto, representou 30% das queixas recebidas pela Fundação Procon de São Paulo, diz a supervisora de atendimento, Márcia Christina Oliveira.
Esse índice de maquiagem de preço foi muito alto no começo, quando a mega liquidação chegou a ser apelidada de “Black Fraude”. A prática da maquiagem de preço veio perdendo força ano a ano, mas agora, na sétima edição do evento, pode voltar a crescer, alerta Márcia.
Essa opinião é compartilhada pela economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim. “A maquiagem de preço ainda é uma preocupação”, ressalta. A publicidade enganosa de produtos que, na prática, não estão em promoção é, na avaliação da economista, o principal cuidado a ser tomado. Márcia aponta a crise da economia brasileira como um dos fatores que podem incentivar a prática. “Os lojistas querem tirar o atraso nas vendas e podem iludir o consumidor”.
Outro fator que embaralha o cenário e pode abrir espaço para maquiagem de preço é o fato de as campanhas sob a chancela Black Friday terem começado mais cedo. “Ao longo deste mês, já vimos várias campanhas anunciando preços que já são menores do que os da Black Friday, e outras dizendo que já estavam com preços de Black Friday antes da data”, diz a supervisora do Procon-SP. Ela acredita que as campanhas antecipadas podem confundir o consumidor.
Saídas. A principal saída para evitar esse problema, segundo os órgãos de defesa do consumidor, é mesmo ter pesquisado preços, e continuar de olho nesta sexta-feira (25). A recomendação ao consumidor é que ele próprio faça a sua pesquisa nas lojas físicas, nos sites das lojas virtuais ou em sites especializados em busca de preços.
Desde setembro, uma equipe de fiscais do Procon-SP já monitora uma lista de produtos, entre eletroeletrônicos, celulares e eletrodomésticos, nos sites das lojas virtuais dos principais varejistas para detectar falsas promoções.
A Proteste, associação de consumidores, acompanhou os preços de cerca de cem produtos, entre eletrodomésticos, eletrônicos e smartphones. Nesta sexta-feira (25), dia da mega liquidação, vai publicar as principais ofertas desses produtos em seu site e na sua página do Facebook.
Além do risco da maquiagem de preço, Márcia, do Procon-SP, alerta para o problemas de sites falsos. Ela recomenda que o consumidor nunca entre no site da loja por meio do link enviado por e-mail da promoção. “Existem muitas empresas fraudulentas”, diz.
PESQUISA
Intenção de compra subiu, diz o Google
São Paulo. A proximidade da Black Friday elevou a intenção dos consumidores de comprarem em diferentes categorias de produto, de acordo com levantamento feito pelo Google. O maior avanço ocorre na categoria de moda.
Enquanto na média do ano a intenção de compra de itens de moda atingia 38%, na última semana esse percentual subiu para 47%, de acordo com a pesquisa. As roupas femininas atingiram 55% de intenção de compra, enquanto os sapatos tiveram 48% e as roupas masculinas, 46%.
Esta semana trouxe um pico no desejo de comprar para todas as categorias, em 27 produtos acompanhados semanalmente pelo Google.
Em produtos de beleza e de esporte, a diferença entre o percentual de pessoas que queriam comprar na média do ano e as que desejavam consumir produtos nesta semana é de 6 pontos percentuais. Para itens eletrônicos, a média de intenção de compra no ano era de 23% e passou a 27% nesta semana. O destaque são os smartphones.
Nunca é demais lembrar as dicas
Evite compra por impulso: aça uma lista com produtos e serviços que realmente necessita;
Pesquise preço: além de fazer a própria pesquisa, sites, como Zoom, Buscapé e Baixou acompanham os preços dos produtos. A Proteste vai divulgar nesta sexta-feira (25) uma lista com preços monitorados. O site Reclame Aqui vai monitorar os preços e comparar ofertas;
Documente as ofertas: imprima páginas do anúncio com as características da mercadoria nas compras pela internet;
De olho no frete: considere o valor do frete nas compras pela internet;
Desconfie do desconto: se a empresa prometeu abatimento, a oferta deve ser cumprida como foi veiculada;
Reputação da loja: verifique se a loja está na lista de não recomendadas no site do Procon-SP e se tem selo de boa reputação dado pela Câmara de Comércio Eletrônico e do Reclame Aqui;
Pagamento seguro: prefira lojas que aceitem pagamento por meio de plataformas eletrônicas nas quais o número do cartão não é informado diretamente ao varejista;
Código de Defesa do Consumidor: as regras do código valem para a Black Friday: 30 dias de prazo para reclamações sobre problemas aparentes para itens não duráveis e 90 dias para itens duráveis.
Na terça-feira, dia 22, o site Reclame Aqui já detectou alguns produtos que tiveram uma majoração de preços significativa antes da liquidação. O preço de um fogão de seis bocas, por exemplo, subiu R$ 444 em um dia. Na Black Friday do ano passado, essa prática de maquiagem de preço, que consiste em aumentar para depois dar desconto, representou 30% das queixas recebidas pela Fundação Procon de São Paulo, diz a supervisora de atendimento, Márcia Christina Oliveira.
Esse índice de maquiagem de preço foi muito alto no começo, quando a mega liquidação chegou a ser apelidada de “Black Fraude”. A prática da maquiagem de preço veio perdendo força ano a ano, mas agora, na sétima edição do evento, pode voltar a crescer, alerta Márcia.
Essa opinião é compartilhada pela economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim. “A maquiagem de preço ainda é uma preocupação”, ressalta. A publicidade enganosa de produtos que, na prática, não estão em promoção é, na avaliação da economista, o principal cuidado a ser tomado. Márcia aponta a crise da economia brasileira como um dos fatores que podem incentivar a prática. “Os lojistas querem tirar o atraso nas vendas e podem iludir o consumidor”.
Outro fator que embaralha o cenário e pode abrir espaço para maquiagem de preço é o fato de as campanhas sob a chancela Black Friday terem começado mais cedo. “Ao longo deste mês, já vimos várias campanhas anunciando preços que já são menores do que os da Black Friday, e outras dizendo que já estavam com preços de Black Friday antes da data”, diz a supervisora do Procon-SP. Ela acredita que as campanhas antecipadas podem confundir o consumidor.
Saídas. A principal saída para evitar esse problema, segundo os órgãos de defesa do consumidor, é mesmo ter pesquisado preços, e continuar de olho nesta sexta-feira (25). A recomendação ao consumidor é que ele próprio faça a sua pesquisa nas lojas físicas, nos sites das lojas virtuais ou em sites especializados em busca de preços.
Desde setembro, uma equipe de fiscais do Procon-SP já monitora uma lista de produtos, entre eletroeletrônicos, celulares e eletrodomésticos, nos sites das lojas virtuais dos principais varejistas para detectar falsas promoções.
A Proteste, associação de consumidores, acompanhou os preços de cerca de cem produtos, entre eletrodomésticos, eletrônicos e smartphones. Nesta sexta-feira (25), dia da mega liquidação, vai publicar as principais ofertas desses produtos em seu site e na sua página do Facebook.
Além do risco da maquiagem de preço, Márcia, do Procon-SP, alerta para o problemas de sites falsos. Ela recomenda que o consumidor nunca entre no site da loja por meio do link enviado por e-mail da promoção. “Existem muitas empresas fraudulentas”, diz.
PESQUISA
Intenção de compra subiu, diz o Google
São Paulo. A proximidade da Black Friday elevou a intenção dos consumidores de comprarem em diferentes categorias de produto, de acordo com levantamento feito pelo Google. O maior avanço ocorre na categoria de moda.
Enquanto na média do ano a intenção de compra de itens de moda atingia 38%, na última semana esse percentual subiu para 47%, de acordo com a pesquisa. As roupas femininas atingiram 55% de intenção de compra, enquanto os sapatos tiveram 48% e as roupas masculinas, 46%.
Esta semana trouxe um pico no desejo de comprar para todas as categorias, em 27 produtos acompanhados semanalmente pelo Google.
Em produtos de beleza e de esporte, a diferença entre o percentual de pessoas que queriam comprar na média do ano e as que desejavam consumir produtos nesta semana é de 6 pontos percentuais. Para itens eletrônicos, a média de intenção de compra no ano era de 23% e passou a 27% nesta semana. O destaque são os smartphones.
Nunca é demais lembrar as dicas
Evite compra por impulso: aça uma lista com produtos e serviços que realmente necessita;
Pesquise preço: além de fazer a própria pesquisa, sites, como Zoom, Buscapé e Baixou acompanham os preços dos produtos. A Proteste vai divulgar nesta sexta-feira (25) uma lista com preços monitorados. O site Reclame Aqui vai monitorar os preços e comparar ofertas;
Documente as ofertas: imprima páginas do anúncio com as características da mercadoria nas compras pela internet;
De olho no frete: considere o valor do frete nas compras pela internet;
Desconfie do desconto: se a empresa prometeu abatimento, a oferta deve ser cumprida como foi veiculada;
Reputação da loja: verifique se a loja está na lista de não recomendadas no site do Procon-SP e se tem selo de boa reputação dado pela Câmara de Comércio Eletrônico e do Reclame Aqui;
Pagamento seguro: prefira lojas que aceitem pagamento por meio de plataformas eletrônicas nas quais o número do cartão não é informado diretamente ao varejista;
Código de Defesa do Consumidor: as regras do código valem para a Black Friday: 30 dias de prazo para reclamações sobre problemas aparentes para itens não duráveis e 90 dias para itens duráveis.
Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/economia/especialistas-temem-que-crise-ressuscite-a-black-fraude-1.1403559